Quando os bandeirantes descobriram ouro e diamantes na
região das minas no território da colônia portuguesa da América, concretizaram
o que Portugal desejaria desde a expedição de Cabral.
As descobertas na região do atual estado de Minas Gerais, no
final do século XVII, coincidiram com a crise da economia açucareira, provocada
pela concorrência holandesa nas Antilhas.
A mineração passou a ser a principal atividade econômica da
colônia. Contudo, o açúcar continuou a ser uma importante fonte de receita para
a metrópole, bem como a que provinha de outras atividades econômicas. Assim, a
mineração não substituiu o cultivo e o benefício de cana de açúcar nem
representou um período de enriquecimento da colônia. Apesar da descoberta das
minas e veios auríferos, grande parte da maioria dos escravos passou a
trabalhar nas minas, e não na lavoura. O resultado foi uma crise de abastecimento
de alimentos e houve até alguns surtos de fome, em especial na região das
minas.
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS
A mineração desenvolveu a vida urbana e criou espaço para o
estabelecimento de artesãos, comerciantes, intelectuais, padres e funcionários
públicos na colônia. Pela primeira vez, no Brasil, assistia-se ao crescimento mais
significativo de uma camada social intermediária, formada por pequenos
proprietários e trabalhadores livres, distinta dos setores sociais até então
compostos por senhores e escravos. O fato de que a economia mineradora não necessitava de largos investimentos em mão de obra escrava como na economia açucareira na montagem dos engenhos, possibilitou o acesso de várias pessoas com capital reduzido na região das minas para explorar os veios auríferos. Até
esse período, o eixo econômico da colônia girava em torno das fazendas produtoras
de açúcar ou de outros gêneros, e as cidades haviam sido apenas um apêndice da
vida no campo. Na economia mineradora, havia uma população livre e produtiva,
formada por trabalhadores especializados ( feitores, artesãos) funcionários públicos
(função reservada apenas para os brancos) , profissionais liberais ( advogados
, cirurgiões etc.) e comerciantes. O afluxo de pessoas para a região da mineração
foi também responsável pelo aparecimento da população marginalizada(ex escravos, pessoas pobres e escravos fugidos) sem meios
para ganhar a vida, sem o capital necessário para custear a própria aparelhagem
da mineração ou garantir o direito a uma mina.
- Proprietários de grandes lavras: eram mineradores que possuíam grande número de escravos e conseguiam o direito de explorar as lavras.
- Contratadores: homens ricos que compravam da coroa portuguesa o direito de explorar e comercializar os diamantes.
- Grandes comerciantes: controlavam o comércio de gado, cavalos e de mulas. Também eram intermediários no fornecimento e no transporte de tudo aquilo que era necessário para os habitantes da região.
- Fazendeiros: “forneciam” alimentos para a população mineradora.
CAMADAS INTERMEDIÁRIAS:
- Faiscadores: mineradores que exploravam pequenas lavras.
- Roceiros: cuidavam de pequenas roças.
- Alfaiates
- Sapateiros
- Profissionais liberais
- Artistas em geral
- Carpinteiros
- Padres
MARGINALIZADOS:
- “Andarilhos”: pessoas que percorriam as vilas em busca de esmola e comida.
- Escravos alforriados.
- Escravos.
- Garimpeiros clandestinos.
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA:
Em 1702 foi criada a Intendência de Minas, que tinha como
objetivos fiscalizar e dirigir a exploração de minérios e cobrar impostos. As
minas eram consideradas propriedades do rei.
CONFLITOS – A GUERRA DOS EMBOABAS
Foi um conflito armado entre paulistas e emboabas em uma
disputa pelo controle da área mineradora (1707 – 1709). A guerra terminou com a
vitória dos emboabas e a saída dos paulistas.As autoridades interviram na área
mineradora criando vilas administrativas.
A COBRANÇA DE IMPOSTOS:
Controle da Coroa Portuguesa para
evitar o contrabando do ouro.
- Quinto: a quinta parte de todos os metais extraídos devia se entregue aos cofres da coroa.
- Capitação: per capita, isto é, uma cobrança de imposto de 17 gramas de ouro por escravo.
- Os mineradores que não possuíam escravos deveriam pagar uma taxa sobre si mesmo.
- Derrama: cobrança de impostos atrasados. A população deveria completar a cota de ouro com seus próprios recursos, caso a meta não fosse atingida.
- Cobrança de impostos: donos de oficinas, lojas e outros estabelecimentos.
As autoridades recolhiam o quinto que cabia à coroa Nas
casas de fundição, onde transformavam o ouro em barras e nelas gravavam o selo
real. O ouro que antes circulava em pó e em pepitas, só podia circular em
barras.
LISTA DE EXERCÍCIOS PARA CASA – 8º ANO
1º Qual o interesse em Portugal desde o primeiro momento da colonização?
2º Qual o resultado mais significativo que a descoberta do ouro trouxe em relação à sociedade ?
3º Por que a economia mineradora facilitava o acesso de várias camadas sociais se comparada à economia açucareira?
4º Leia o texto e responda à questão:
“Sobre esta gente não houve até o presente governo bem ordenado. Apenas se respeitam
algumas leis, que pertencem às datas, e repartições de ribeiros. Não há ministros, nem justiça
para tratar do castigo, dos crimes, que não são poucos, principalmente dos homicídios e furtos.”
ANTONIL, André. Cultura e opulência do Brasil. 1710.
In: Coletânea de documentos históricos para o primeiro grau. São Paulo: Cenp, 1978. pp. 25-26.
O texto descreve a precariedade da organização da região mineradora.
Cite as medidas tomadas pela Coroa portuguesa para organizar a administração da região das minas.
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5º Veja o esquema e responda às questões:
ouro extraído
enviado
Casa de Fundição
extraída
Quinto
enviado
Coroa portuguesa (Fazenda real)
extraída
Quinto
enviado
Coroa portuguesa (Fazenda real)
a) Por que a Coroa portuguesa organizou esse sistema?
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b) Por que o ouro extraído era direcionado para a Casa de Fundição?
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c) O que era o Quinto?
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6º Associe as colunas:
1. Capitação ( ) 20% do ouro extraído nas minas.
2. derrama ( ) local onde o ouro em pó era transformado em ouro em barras.
3. Quinto ( ) local onde se gravava o selo real no ouro.
4. Casa de Fundição ( ) punição caso não se conseguisse arrecadar cem arrobas de ouro na região.
( ) imposto cobrado de acordo com a quantidade de escravos que trabalhavam nas minas.